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O Oscar 2025, Anora e as teorias de uma sociedade meio débil

Débil

Que demonstra pouco empenho, ânimo ou força moral; desanimado, frouxo.

"Vontade débil."

Que carece de força física, vigor ou saúde; fraco, franzino.

"Pessoa débil."


Ninguém gosta de um pessimista. E se gosta, talvez haja algo de masoquista no seu coração. Eu tenho. Afinal, sou e gosto. E como não ser pessimista diante desse cenário?


Oscar 2025: talvez uma das primeiras edições do evento, em décadas, em que havia filmes com discursos consistentes, apelos estéticos relevantes e que desafiavam a maioria dos votantes a se inclinarem para obras que exigem um olhar mais apurado. Isso significa que, nos outros anos, esses filmes não estavam presentes? Sempre há filmes relevantes no Oscar, mas raramente entre os favoritos – salvo algumas exceções. O Oscar é um desfile de moda e influência; a arte, quando muito, ocupa um quinto plano. Mas ainda assim, ali existe uma força descomunal para alavancar um filme.


Acuidade é uma palavra morta. Pelo menos quando seu uso exige silêncio, concentração e reflexão. Justificamos a falta de tempo para pensar – tudo pede pressa –, e assim matamos a palavra do nosso vocabulário. Sinto falta da acuidade, do refino, até mesmo do discernimento que deveria existir antes de criarmos qualquer teoria para explicar nosso mundinho.


"Anora", o filme vencedor, foi reduzido ao "escândalo": a Academia dissemina etarismo. O Brutalista virou um filme que "ofende" os amantes da história da arquitetura. E o Oscar, mais do que nunca, se tornou o palco dos escândalos. Talvez sempre tenha sido, mas depois do tapa de Will Smith e do "erro" que tirou o Oscar de La La Land para entregá-lo a Moonlight, a Academia parece ter recuperado o fôlego e se reencontrado no cenário das redes sociais.


Tudo é sobre a piada que eu não gostei.

O discurso maluco de fulano de tal.

Minha atriz que não ganhou.

O filme que representa mal um povo.


Escândalos. Escândalos e escândalos.


Um amigo diz algo maravilhoso:

"É uma pena que a seleção brasileira não esteja jogando bem. Agora temos que aturar esses torcedores sem rumo, com suas certezas, falando sobre cinema."


Tendo a concordar, pela doce acidez contida nessa frase.


Vivemos nesse tempo. Um filme, que antes ao menos exigia a atenção do espectador, hoje se reduz ao recorte de um outro. Por que devo assistir Emilia Pérez se fulano disse que fere minha verdade? Por que devo me preocupar com uma prostituta? O Oscar só premiou a atriz porque não gosta de velhas!


Que miséria, meus amigos.


Essa horda de gente maluca, mal instruída e sedenta por crucificar quem falha diante da sua moralidade é assombrosa. A lógica parece que tirou férias.


E o que nos resta?

Trump de um lado.

Os sociólogos da pós-verdade do outro.

Apertem os cintos.

A ladeira está só começando.


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